terça-feira, 4 de outubro de 2011

Voce Sabe Viajar?

Viajar é investimento de vida.
Quem tem o hábito, sabe que uma boa viagem é como renascer.
 A gente se abre  para a vida, para o novo,  para o outro, testa os limites, as potencialidades, aprimora a civilidade, percebe as fragilidades e tem a oportunidade de aprimorar a condição humana.
É preciso saber ser um viajante.
Tem que bater a porta de casa e perceber que a vida está se abrindo para outras posssibilidades e que ao passar por elas voce tem que estar disposto e preparado para isto. 
Nem sempre isto acontece.
Tem gente que viaja e não tira o cotidiano da tomada.
Tem que desligar!
Isto exige exercício e prática.
Quanto mais viajar, menos piegas voce fica.
Aos poucos voce não permite mais que  os lenços brancos da partida  façam  o coração aos  prantos como quem vai a guerra.
Começa a perceber  que não é morte, mas o nascimento de uma nova etapa de vida.
Hora de comemorar, de treinar o riso, de se permitir estar  feliz.
Tempo de ser mais leve, mais flexível,  mais sociável, menos cri-cri.
Ao fazer malas e sair para o mundo  tem que ter  em mente que a melhor cama é a sua,  que a melhor comida é a que sai do fogão da sua casa, que o melhor banho é o que voce toma em seu banheiro e que os escolhidos para amar voce deixou na despedida quando embarcou para uma viagem.
Não é por acaso,  que 90% dos viajantes quando regressam de uma viagem exclamam: nada como voltar pra casa!!
Portanto, nada de sair pelo mundo procurando sua casa.
Nada se compara, nada se iguala, mesmo que voce coma pão com ovo, que seu banheiro precise de uma reforma e que seu colchão ainda não seja o do seus sonhos.
Para ser  um verdadeiro viajante precisa de  civilidade.
Requer elegância.
Tem que  estar aberto para o outro e para o novo.
Nada mais fora do contexto do que reclamar que a posição do quarto do seu hotel não tem a vista da praça, do mar que voce gostaria que tivesse...
Nada mais chato do que gente que reclama da temperatura da água do banho, do garçom que demorou para atender, da camareira que não trocou a toalha, das malas que demoraram para subir, do ônibus que atrasou um pouco, da falta de atenção do recepcionista, do guia que não fala português fluente, da espera da fila, do calor ou do frio.
Tem gente que compra tudo que encontra pelo caminho e depois reclama do peso das malas e não quer pagar pelo excesso de bagagem.  Pode?!
Quando viajo, tomo um antídoto contra gente chata.
Fujo delas porque são  espécimes  que contaminam.
São pragas poderosas.
Espantam a alegria.
Interrompem o ciclo natural da vida.
Querem ter o controle.
Não sabem que a graça do novo está no inesperado.
Não sabem que o verdadeiro viajante tem que ter os braços e coração abertos.
Tem que ser livre.
Porque livre tem que ser a vida.
Boa viagem!





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