O Parlamento Europeu decidiu cancelar a vinda da delegação de eurodeputados que participaria da Rio+20 por causa do elevado custo da viagem. A medida foi tomada pelos coordenadores da Comissão do Meio Ambiente do Parlamento Europeu, que constataram que os custos de enviar os deputados ao Brasil seriam muito elevados e injustificáveis num período de crise. No Twitter, o deputado holandês Gerben Jen Gerbrandy criticou os preços "abusivos" praticados pelo setor hoteleiro no Rio. "O Parlamento Europeu cancela sua delegação à Rio+20 por causa dos custos excessivos. O Brasil deveria controlar os preços para evitar que a conferência seja um fracasso", afirmou Gerbrandy. O eurodeputado disse estar "decepcionado" com os abusos da rede hoteleira carioca, com diárias em torno de 600 euros. Segundo ele, o governo brasileiro deveria intervir na situação, ainda mais diante da proximidade de outros eventos importantes, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em um debate realizado na Comissão do Meio Ambiente em 26 de abril, outro eurodeputado, o alemão Matthias Groote, explicou que o preço estimado da hospedagem da delegação teria aumentado de 10 mil euros previstos inicialmente para 100 mil euros. Na ocasião, os coordenadores decidiram enviar apenas um eurodeputado para a conferência, mas hoje cancelaram totalmente a missão. Onze eurodeputados viriam inicialmente para a Rio+20. A organização também não teria oferecido aos deputados europeus uma sala de reuniões, segundo o deputado socialista alemão. "É uma pena que os organizadores, e não só eles, nos tenham levado a isto. Quando se quer convidar o mundo inteiro é preciso tratar os convidados de outra maneira", criticou. O Itamaraty não confirmou o cancelamento da missão do Parlamento Europeu. Mas afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a eventual desistência dos parlamentares europeus não compromete a vinda das delegações da União Europeia nem inibe a vinda dos chefes de Estado europeus.