terça-feira, 27 de setembro de 2011
Dia Mundial do Turismo
Hoje, 27 de setembro, comemoramos o Dia Mundial do Turismo. Hora de reflexão. Estamos vivendo a expectativa de sediar a Copa do Mundo em 2014 e Olimpíada de 2016, eventos que podem representar, ou não, caminhos para um turismo sustentável no Brasil. Tudo depende de como o país vai encarar, trabalhar estes desafios, e que legados, sociais e urbanos, estes eventos vão deixar de fato para nós. Temos o perigo de ter ociosos empreendimentos construídos de olho na Copa e na Olimpíada, correndo o risco de transformá-los em elefantes brancos, se não tivermos um fluxo de visitantes contínuo depois dos eventos. O Brasil tem que se manter atrativo depois que a festa acabar. Barcelona e Seul são bons exemplos. Tiveram foco na qualidade de vida da população e souberam aproveitar o momento de sediar um grande evento para mudar a cidade, transformando-a , com um olhar para seus moradores, que devem ser pensados como os turistas permanentes de um destino. Segundo o Ministério do Turismo, o setor comemora um crescimento porque se beneficia de um bom momento da economia do país, colhe os louros de uma imagem positiva do Brasil, tem uma classe média podendo viajar mais e o Brasil está com prestígio internacional, com um boa visibilidade no mundo. Recebemos entre 2007 e 2010, 186 milhões de visitantes que ajudaram a manter o emprego para cerca de 2,7 milhões de brasileiros. A expectativa é de que o número de desembarques nos aeroportos este ano cresça 14,3% em relação ao ano passado. Mas temos uma crise internacional que aponta para um turista sem capacidade financeira para viajar. Este ano eles deixaram aqui no Brasil US$ 4.465 bilhão. Enquanto isto, os brasileiros gastaram de janeiro a agosto de 2011 , US$14.283 bilhão em viagens internacionais. Fácil perceber que o turismo interno no Brasil precisa ser incentivado e que os fornecedores de produtos e serviços precisam fazer alguns ajustes para que isto possa acontecer. A grande tarefa, de uma enorme gincana, é conseguir ajustar preços internos para compor pacotes de viagem vendáveis, possíveis, aceitáveis e tornar o Brasil um destino desejado. Outra tarefa da gincana é investir em qualificação e capacitação profissional e empresarial. Ampliar e qualificar a infra estrutura do Brasil para o desenvolvimento do turismo. Parece simples e fácil, mas não é. Sofremos com uma antiga cultura do farinha pouca meu pirão primeiro. O turismo não pode conviver com um empresário do turismo que ao invés de investir na manutenção de seu negócio escolhe ser fazendeiro rico, compra uma fazenda de gado e leva o turismo a toque de caixa, maquiando, tentando enganar, achando que turista é bicho bobo, que se leva no bico. Tem recurso nos bancos disponível para reforma e manutenção de equipamentos hoteleiros para a Copa aguardando os empresários de ficha limpa, os não endividados. Educar para a turismo. Um trabalho que não nasce de um dia para outro, que exige tempo, determinação, planejamento, e disposição para as mudanças e os enfrentamos. Turismo tem que ser prioridade , política de estado. Técnicos, empresários, investidores e governo precisam sentar, juntos, à mesa. O momento é bom. A partida pode estar ganha. Excesso de confiança é um perigo! O segredo é saber tocar o jogo.
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