segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O comandante do navio estava na ponte quando o Costa Concordia embateu contra uns rochedos que estavam à superfície, ao largo da costa ocidental italiana, perto da ilha de Giglio, após ter alterado a rota “sem autorização” e sem conhecimento da companhia, afirmou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, Pier Luigi Foschi, presidente e CEO da Costa Cruzeiros. Enaltecendo a prestação da restante tripulação durante a evacuação, “que durou cerca de duas horas e foi dificultada pela inclinação do navio, que apenas permitiu a saída dos passageiros por um lado”, o responsável da companhia garantiu que toda a tripulação, inclusive o comandante, têm os treinos necessários e regulamentados de segurança, assim como o navio está equipado com GPS e sistemas de vídeo e som, que soam os alarmes em caso de perigo. “Não só cumprimos a regulamentação, como ainda fazemos mais”, afirmou Pier Luigi Foschi, explicando que os navios da costa são certificados quer pelas autoridades italianas, quer pelas norte-americanas, “de forma a cumprirem todas as regras internacionais.” O presidente da companhia referiu, ainda, que o Costa Concordia tinha todas as inspecções feitas, tendo a última, com o objectivo de renovar o certificado de segurança, sido realizada em Novembro de 2011 e aprovada sem qualquer apontamento. Sobre o comandante, além de ter alterado a rota sem conhecimento e autorização da companhia, Foschi explicou que este tem a autoridade máxima dentro do navio, razão pela qual nenhum membro da tripulação interveio na decisão de alteração da rota. Esta decisão foi tomada, esclareceu o CEO, porque o comandante queria mostrar a ilha de Giglio mais de perto, acabando por embater numa rocha. O que provocou um rombo no casco do navio e o consequente naufrágio. O presidente da Costa Cruzeiros referiu que não é, ainda, possível aferir com toda a certeza se o comandante abandonou, ou não, o navio antes de concluída a evacuação, pois a empresa está a analisar testemunhos internos e aguarda pelo fim da investigação para ter acesso aos dados da ‘caixa negra’ e das câmaras de vigilância, todas sob a guarda do Ministério Público Italiano. Questionado se o responsável do navio estaria sob o efeito de álcool ou drogas, Foshci afirmou que a companhia faz, regularmente e aleatoriamente, testes de despiste de substâncias estupefacientes e de álcool, adiantando que, tanto quanto sabe, “o comandante não ingere bebidas alcoólicas.” Sobre a linha cronológica dos acontecimentos, o presidente da Costa Cruzeiros disse não saber responder, pois a ‘caixa negra’ do navio encontra-se na posse do Procurador do Mistério Público e, como tal, a empresa não tem acesso a qualquer dado de navegação. Porém, Pier Luigi Foschi indicou que o último contacto do comandante com a empresa ocorreu por volta das 22h05 de sexta-feira, com o responsável do navio a dar conta “do que inicialmente pensava que estava a acontecer e o porquê.” Pier Luigi Foschi revelou, ainda, que a companhia está disposta a “conversar” com quem pretender processar a empresa, mas que se alguém avançar para tribunal, agirá consoante a lei. Isto, lembrando que a investigação ao acidente ainda está em curso e averiguará qual é a responsabilidade da Costa Cruzeiros nesta situação. O presidente terminou a conferência de imprensa lamentando, novamente, o sucedido e pedindo ”desculpas” aos passageiros e tripulantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário