terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Bom momento da economia brasileira, mais pessoas na classe C, aumento da renda per capita e proximidade com grandes eventos esportivos ajudam a explicar o motivo de o segmento de turismo estar aquecido. Mas, dentro desse setor, há um nicho que se destaca: o de viagens corporativas.  Segundo dados dos Indicadores Econômicos de Viagens Corporativas (IEVC), levantamento feito pela Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev), em 2011 as viagens corporativas representaram 58% das receitas do turismo, que incluem transporte aéreo, locação de automóveis e hotéis. O valor movimentado pelas viagens e eventos corporativos foi de R$ 25 bilhões no ano passado segundo a Abgev, o que representa um crescimento de 18,6% se comparado com 2010.  Para Aline Bueno, gerente geral da associação, o viajante a negócios, ao contrário daqueles que viajam por lazer, gera demanda para o setor sem o problema da concentração em datas específicas. "Não são apenas feriados ou férias. São viagens para participar de reuniões e de eventos o ano inteiro", explica Aline. Segundo ela, a Gol Linhas Aéreas, associada à Abgev, tem, no mínimo, 70% do volume anual pago por empresas. "O que sustenta o setor de turismo no Brasil são as empresas", garante. Outro ponto é o investimento cada vez maior em eventos, feiras e convenções feito por organizações de todos os portes.  "Até mesmo as micro e pequenas se deram conta de que esse tipo de ação ajuda a alavancar os negócios. Consequentemente, as viagens aumentam", afirma Daisy De Marco, diretora de novos negócios e relacionamento do Grupo Alatur - companhia especializada em eventos e viagens corporativas.  Com relação ao preço que as empresas pagam para agências de viagens corporativas, é errôneo achar que elas não "pechincham" como os turistas à lazer. "Na maioria dos casos, é o setor de compras quem organiza uma vigem de negócio. E eles estão acostumados a negociar, procurar preços justos, parcerias e a tentar reduzir custos desnecessários para que não saiam em desvantagem", aponta Aline.  Cuidados para atuar na área  A diretora do Grupo Alatur faz uma ressalva quanto à participação de pequenas e médias no setor. Segundo ela, cada vez mais o segmento de viagens corporativas é dominado por grandes grupos. "A consolidação de empresas e fusões é uma realidade que dificulta a entrada de novas organizações", afirma. Além disso, uma empresa de maior porte tem ganho em escala e consegue realizar mais negociações, o que beneficia o cliente. De qualquer modo, há espaço para empresas que, de fato, apostem em rigor e técnica, esclarece a gerente geral da Abagev.  "Quem está de férias não se importa muito quando o voo é cancelado. Mas o executivo pode perder a compra, o evento ou a negociação do ano por conta de imprevistos. A viagem dele precisa ser cercada de cuidados", diz. Aline também acredita que as agências têm de tornar-se realmente parceiras dos clientes. "Qualquer um pode fazer reservas de passagens. O trabalho da agência precisa ir além disso, oferecendo uma verdadeira consultoria para o cliente", aponta.  "Uma agência que trabalha com corporativo consegue atender ao público de lazer facilmente, mas o contrário não é verdadeiro." Isso acontece, afirma ela, justamente por conta das exigências de viajantes executivos. Entre os diferenciais que uma empresa do setor pode oferecer estão a personalização e o atendimento focado no executivo. Uma ideia é tentar, sempre que possível, fechar parcerias com os hotéis preferidos pelos seus clientes, por exemplo. Daisy recomenda, também, criar programas de gestão de viagens customizados para cada cliente. 

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