terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O ágio médio de 347% pago pelos investidores pela concessão dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas surpreendeu especialistas em privatização, mas foi considerado justo. O governo federal esperava arrecadar R$ 5,477 bilhões com os lances mínimos, mas conseguiu R$ 24,5 bilhões, quase cinco vezes mais. Para a economista Elena Landau, ex-diretora do programa de desestatização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), o valor mínimo de cada aeroporto estipulado pelo governo federal pode ter sido subestimado. Por isso, o ágio chegou a ser 673,39% superior ao preço mínimo, com o pagamento de R$ 4,51 bilhões pelo consórcio formado pela Engevix e pela Corporación América para a exploração do aeroporto de Brasília. — A precificação pode ter sido equivocada, mas a forma como o leilão foi produzido mostrou que o modelo acabou funcionando, porque tiveram lances bastante elevados — avalia Elena, hoje consultora em regulação do setor elétrico do escritório de advocacia Sérgio Bermudes. Para Elena, um valor mínimo maior para cada aeroporto teria o mesmo resultado final, apenas com um ágio menor. Na avaliação da economista, a única forma de aumentar a arrecadação com os aeroportos teria sido realizar a venda integral da operação, ao invés de manter 49% de participação com a Infraero como ocorreu. — Poderia ter sido zero de ágio se o leilão tivesse sido feito de outra maneira. Os preços só teriam sido melhores se não houvesse a obrigatoriedade de manter parceria com a Infraero, porque aí seria privatização de fato.

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