segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cerca de 600 homens do Exército, além da Força Nacional de Segurança, policiais civis do COE (Coordenação de Operações Especiais) e policiais militares e federais, armados com metralhadoras, fuzis, pistolas e bombas de efeito moral cercam a Assembleia Legislativa da Bahia desde as 5h30 desta segunda-feira. Segundo o exército, a operação no momento visa a isolar os manifestantes na Assembleia; ninguém mais entra lá. Os jornalistas são mantidos a 100 m de distância do local. No entanto, a reportagem da Folha afirma ter visto urutus (veículo blindado de cerca de 15 toneladas, armado com metralhadora) se movimentando nas proximidades e a chegada de um urutu no local às 6h10. O clima é de extrema tensão. Os grevistas estão reunidos no pátio da Assembleia, acompanhando a ação e passando instruções aos manifestantes utilizando um carro de som. Às 6h11, eles cantavam o hino nacional e acenavam com as mãos para os militares, gritando: "Vem! Vem! Vem!" Por volta das 5h, os grevistas já ouviam o barulho sirenes e observavam uma movimentação de militares a cerca de 300 metros do prédio. O prédio está sem energia elétrica desde a noite de ontem (6). A Casa tem gerador, mas, para ajudar na iluminação, grevistas que estão na frente do prédio ligaram e direcionaram os faróis dos carros para o local. O governo do Estado nega que tenha pedido o corte. Mais cedo, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT), deu um ultimato para que os policiais militares desocupem a Casa até a meia-noite. Segundo ele, a decretação da prisão de 12 líderes grevistas que estão no local agravou a situação. "Quero a Casa que eu presido de volta. Não posso permitir que o Poder Legislativo seja esconderijo de foragidos", disse. O anúncio do ultimato elevou a temperatura na Assembleia. Helicópteros com militares já sobrevoaram o local no final da tarde. Em nota, a assessoria do movimento grevista informou que "mais de 3.000 homens, mulheres e crianças" estão no local e que "policiais militares de todas as cidades da Bahia estão chegando a Salvador para lutar e resistir".

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